segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Infância, Adolescência e Pósmodernidade

Em primeiro lugar é necessário que definamos o que é infância e o que é adolescência. Em 1988, a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 227 estabeleceu no ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) que:
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, (...)
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, (...), a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”
Ao observamos o ECA, percebemos que não há melhor documento para defender os direitos das crianças e dos adolescentes. Porém esta não é a nossa realidade no mundo pós-moderno, e mesmo antes da existência do Estatuto, o fato de ser criança ou adolescente não garantia segurança, amor ou dignidade.
Por mais ideal que seja a escrita no papel, esta não garante respeito e muito menos sobrevivência.
Outro documento que “garante” os direitos da criança e do adolescente é a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) que estipula os direitos a educação para crianças a partir de seis anos de idade, porém não lhes assegura uma merenda diga e muito menos segurança para estar dentro da escola.
Mais um personagem que aparece em nossa análise é o jovem, que acaba ficando perdido nas muitas definições encontradas. Segundo o site http://pt.wikipedia.org/wiki/Juventude:
“Jovem é entendido como sendo a forma imatura de um ser vivo, sendo o período antes da maturidade sexual. Para o ser humano esta designação refere-se ao período entre a infância e a maturidade, podendo ser aplicada a ambos os sexos e podendo haver variações no período de idade que ocorre de acordo com a cultura.”.
“O jovem hoje no Brasil compreende a faixa de idade entre 16 a 29 de acordo com a PEC (Proposta de Emenda a Constituição) da Juventude aprovada pelo congresso em setembro de 2010.”


Quem são essas pessoas que têm seus direitos adquiridos nos documentos, porém têm suas vidas afetadas pela dura realidade em que, na maioria, das vezes se encontram?
Como assegurar educação, saúde, esporte, segurança, lazer, cultura e profissionalização a um jovem, se o poder público não garante a permanência nem mesmo de uma criança dentro de uma escola?
Atualmente, vemos muitos adolescentes que largam o estudo, pois necessitam de trabalho para ajudar no sustento de suas famílias. Outras vezes, porque a própria escola não apresenta estímulo para mantê-lo.
São muitos os questionamentos. Porém, uma coisa não podemos nos esquecer: somos cidadãos, pais, professores e como tal, temos nossa parcela de responsabilidade perante esses indivíduos.  

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Análise da aula “Consumismo e Pós-Modernidade” e comparação com o texto “Consumismo versus consumo” (BAUMAN-Zygmunt,)

               Vivemos em um mundo norteado pelo poder, no qual, quem tem mais manda mais.
          Consequentemente são eles quem direcionam o trajeto em que a humanidade irá caminhar.
           O texto é bastante reflexivo e começa com uma frase que nos leva a fazer profundas considerações: “Aparentemente, o consumo é algo banal, até mesmo trivial.” (p.37). Poderíamos considerar o consumo como algo necessário e normal, se olhássemos apenas com os olhos de consumidores. No entanto, esse não é o nosso papel enquanto pesquisadores e educadores, pois devemos estar atentos as intenções que norteiam os conceitos. 
        O consumismo perpassa pela busca da satisfação do desejo. Que por sua vez, torna-se uma busca inalcançável, isto porque as coisas se tornaram descartáveis, e há sempre alguma novidade atropelando outra.
          Segundo Stephen Bertman, nos encontramos numa sociedade de “cultura agorista” (p.45), onde não um planejamento ou organização para o futuro, isto é, não há investimento a longo prazo. O que for consumido agora poderá ser trocado quando perder sua utilidade imediata ou sua beleza momentânea.
          Bauman diz que  na “sociedade de produtores”  os bens eram adquiridos para prover conforto, respeito, segurança e poder. Esse modelo de sociedade tinha como principal objetivo "a segurança a longo prazo" (p.42),  porém na “sociedade de consumidores” a busca é pela saciedade dos desejos imediatos, para que tudo se harmonize com a liquidez momentânea, quebrando a linearidade do tempo. 
      No entanto, isso não garante a plena felicidade. Em alguns casos acaba gerando mais problemas, como a insatisfação, a dependência e a incapacidade de priorizar. Onde nunca se tem o bastante e nunca se é o que deseja.
                                                     
            

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Análise do texto "Os processos psicossociais da exclusão" (JODELET,Denise)

          Considero o assunto EXCLUSÃO delicado para se discutir, pois  ele abrange diversos olhares.
          Segundo o minidicionário Luft, de Celso Pedro Luft, exclusão é ação ou efeito de excluir, exceção, rejeição, repulsa. E excluir é pôr à margem, afastar, eliminar, omitir, ser incompatível, isentar, privar, pôr fora.
          Quem somos nós para excluir?   Quem é o outro que se torna o excluído? E por que permitimos que isso aconteça?
          Por que nos apegamos a estereótipos ditados por uma sociedade capitalista, consumidora e desumana, que  transforma a mídia em uma arma de alienação?
          Nunca havia pensado que exclusão é ter incompatibilidade de interesses, pois intrinsecamente, possuímos a capacidade de autoconservação, o qual  nos leva a favorecer o grupo ao qual pertencemos socialmente.
          Não somos juízes para condenar, portanto não nos cabe julgar.
        O que nos falta é consciência de que somos diferentes uns dos outros, inclusive dentro  do próprio grupo ao qual pertencemos.         
    Que temos  entendimentos distintos dos saberes e atitudes diferenciadas diante das situações, por isso devemos nos respeitar como seres únicos, pois é na diferença que há aprendizado,  evolução.
       

Análise do texto "Sobre a vida num mundo líquido-moderno" (BAUMAN-Zygmunt.)

          A frase "... a vida líquida é uma vida precária, vivida em condições de incerteza constante." (p.8), dá claras evidências daquilo que o autor diz em seu texto. Segundo Bauman, a vida líquida é aquela que muda muito rapidamente. Ela não fica parada,  e as pessoas  necessitam se adaptar para não serem destruídas ou consideradas "lixo".
          "A vida líquida é uma vida de consumo." (p.16), portanto aquele que não se adapta, pode ser considerado excluído, pois não faz parte da competição.
          O problema de ser levar uma vida assim, é a constante insatisfação. Nada é suficiente, nem mesmo as relações sociais, pois estas tendem a ser muito superficiais. Portanto, as incertezas e a falta de lealdade passam a pertencer ao cotidiano. 
          Assim como o autor  diz em sua frase que "Uma resposta comum dada a mau comportamento, conduta inadequada ou que leve a resultados indesejáveis é a educação ou reeducação: instilar nos estudantes alguma nova motivação, desenvolver diferentes vocações e treiná-los para novas habilidades." (p.21), acredito que a educação  seja realmente o caminho para uma transformação social.
          Não é uma tarefa fácil, porém é viável segundo Richard Rorty que diz que "agitar os garotos" e  instigar "dúvidas nos estudantes sobre as imagens que eles têm de si e da sociedade a qual pertencem" são "objetivos desejáveis e realizáveis dos educadores" (p.21). E, se como educadores pudermos ajudar, conseguiremos tornar possível a idéia  de Bauman de "tornar o mundo humano um pouco mais hospitaleiro para a humanidade" (p.23).

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Análise do documentário: "LIXO EXTRAORDINÁRIO" (Vik Muniz)

http://www.lixoextraordinario.net/trailer.php
Ao assistir o vídeo citado acima, selecionei algumas palavras que me chamaram à atenção: "DOÇURA", "ACOSTUMAR", "ACREDITAR", "CONSCIÊNCIA". Percebi que essas palavras estão entrelaçadas a nossa realidade escolar. Realidade que por vezes, ficam tão duras e difíceis quanto as cenas que assistimos no documentário, mas que não podemos esquecer, pois fazem parte de nosso cotidiano.
Se aprofundarmos a análise de cada palavra que selecionei, veremos que doce deveria ser  a maneira como nossos alunos nos vêm dando nossas aulas, tendo empolgação. Nos ACOSTUMAR às duras dificuldades encontradas durante nossa jornada, jamais, pois a partir do momento que nos acostumamos, deixamos de ACREDITAR que mudanças são possíveis e paramos de ter expectativas. Deixamos de utilizar nossa CONSCIÊNCIA como motor de arranque para nossas lutas diárias. Esquecemos a DOÇURA.
Durante uma entrevista Vik Muniz diz:"-...não tinha nada e queria tudo...tenho tudo e não quero nada..." essa frase me fez lembrar que quando somos "muito jovens", porque ainda somos, sonhamos, desejamos, fazemos planos de realizações futuras.
Os anos passam...
E, quando nos deparamos com um processo em que o outro é o "ator principal", transferimos parte de nosso entusiasmo, e novamente nos empolgamos e nos empenhamos em fazer com que o outro busque mais.
O documentário me fez ter certeza que educar, independentemente do espaço pedagógico, é antes de qualquer outra coisa, ter permissão de entrar no contexto social do outro, pois a partir dessa abertura é que começamos a abrir caminhos para que o outro se permita caminhar.